A Operação Padrão deflagrada pela Polícia Militar já começa a afetar a vida dos alagoanos. No início da manhã desta quarta-feira (18), os moradores do bairro do Vergel do Lago viveram momentos de medo e pânico, depois que uma pessoa foi assassinada e parentes da vítima, revoltados, foram para ruas e começaram a efetuar disparos a esmo.
Após o ocorrido, muitas pessoas foram até a Base Comunitária do Vergel em busca de ajuda policial, mas se depararam com a informação de que os militares não poderiam se dirigir ao local da ocorrência por conta da falta de um motorista habilitado para guiar viaturas policiais.
De acordo com o cabo Washington, da Base Comunitária do Vergel, até essa terça-feira, os veículos da Polícia Militar estavam sendo guiados de forma precária, contrariando a lei, que exige que os condutores tenham um curso específico para conduzir carros especiais.
“Não é porque queremos, é porque não temos qualificação para trabalhar. O governo não pensa na valorização profissional. Infelizmente, a sociedade alagoana vai ter que pagar duras penas por toda essa forma que o governo vem tratando o nosso efetivo. A ineficiência do Estado fez com que chegássemos a essa situação. Estou aqui com seis policiais na base comunitária para desempenhar suas atividades, mas infelizmente meu motorista não tem qualificação para dirigir um veículo especial”, conta o militar.
O crime
Segundo o cabo, a vítima do homicídio registrado nesta manhã – identificada apenas como Gerson – é um homem suspeito de envolvimento com o tráfico de drogas e outros crimes ocorridos na região. Ele teria sido vítima de um grupo rival, que disputa o domínio do território. Outro homicídio também teria sido registrado no bairro durante a madrugada, mas a polícia também não esteve no local.
De acordo com informações de moradores, uma equipe do Instituto Médico Legal (IML) de Maceió tentou chegar ao local da ocorrência, mas não conseguiu.
Policiais de serviço
No 1º Batalhão de Polícia Militar, situado no Vergel, todos os militares estão de plantão no local, mas não têm como sair por falta de um condutor habilitado. O tenente Gouveia, que está de serviço no 1º BPM, lamentou o fato de não poder ir às ruas para garantir a segurança da população e apontou culpados para a situação de insegurança vivida em Alagoas.
“Infelizmente, os únicos responsáveis por esse episódio são o governador e o secretário Dário Cesar. Eles estão destruindo a segurança pública do estado de Alagoas e querem ver a polícia mendigando”, destaca.
Fonte: Gazeta Web